Ano Santo da Misericórdia.
Com o Ano Santo da Misericórdia, que se iniciou no dia 8
de dezembro na solenidade da Imaculada Conceição, o Santo Padre Francisco fez
um especial convite para que se reflita e se ponha em prática as Obras de
Misericórdia. “Será um modo para despertar nossa consciência, muitas vezes
apática diante do drama da pobreza, e para entrar ainda mais no coração do
Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina. A
pregação de Jesus nos apresenta estas obras de misericórdia para que possamos dar-nos
conta se vivemos ou não como discípulos seus”. Sendo assim, existem 14 Obras de
Misericórdia: sete corporais e sete espirituais. As obras de misericórdia
corporais são: visitar aos enfermos, dar de comer ao faminto, dar de beber ao
sedento, dar pousada ao peregrino, vestir ao nu, visitar aos presos e enterrar
aos defuntos. É tempo para nos arrependermos de nossos pecados e mudar algo em
nós, para sermos melhores e podermos viver mais próximos de Cristo. Ao longo
deste tempo, sobretudo na liturgia do domingo, fazemos um esforço para
recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis e vivermos como filhos de Deus.
A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência. É um
tempo de reflexão, de penitência, de conversão espiritual; tempo e preparação
para o mistério pascal. Na Quaresma, Cristo nos convida a mudar de vida. A
Igreja nos convida a viver a Quaresma como um caminho a Jesus Cristo, escutando
a Palavra de Deus, orando, compartilhando com o próximo e praticando boas
obras. Convida-nos a viver uma série de atitudes cristãs que nos ajudam a
parecer mais com Jesus Cristo, já que por ação do pecado, nos afastamos de
Deus. Por isso, a Quaresma é o tempo do perdão e da reconciliação fraterna.
Cada dia, durante a vida, devemos retirar de nossos corações o ódio, o rancor,
a inveja, e tudo mais que se opõem a nosso amor a Deus e aos irmãos. Na
Quaresma, aprendemos a conhecer e apreciar a Cruz de Jesus. Com isto aprendemos
também a tomar nossa cruz com alegria para alcançar a glória da ressurreição.
Durante esse tempo especial de purificação e santificação, contamos com
diversos meios propostos pela Igreja que nos ajudam a viver a dinâmica
quaresmal: a vida de oração que é condição indispensável para o encontro com
Deus; intensificar a escuta e a meditação atenta à Palavra de Deus; a
assistência frequente ao sacramento da reconciliação e a Eucaristia e a prática
do jejum, segundo as possibilidades de cada um. Viver essas práticas nos
aproxima mais de Deus, mas, dentre as diversas práticas quaresmais que a igreja
nos propõe, a vivência da caridade ocupa um lugar especial. Esta vivência da
caridade deve ser vivida de maneira especial com aqueles a quem temos mais próximos, no
ambiente concreto em que nos movemos. Assim, vamos construindo no outro "o
bem mais precioso e efetivo, que é o da coerência com a própria vocação
cristã" (João Paulo Enquanto que as) obras de misericórdia espirituais
são: ensinar ao que não sabe dar bom conselho ao que necessita corrigir ao que
se equivoca perdoar ao que nos ofende consolar ao triste, sofrer com paciência
os defeitos do próximo e rezar a Deus pelos vivos e os defuntos. O Papa
Francisco na Bula de convocação do Jubileu extraordinário fala também do efeito
das obras de misericórdia em quem as pratica, recordando que não se pode
escapar às Palavras de Jesus, já que com base nelas seremos julgados. E
conclui: “Em cada um destes ‘menores’ está presente Cristo mesmo. Sua carne se
faz novamente visível como corpo martirizado, chagado, flagelado, desnutrido,
em fuga (…) para que nós os reconheçamos, o toquemos e o assistamos com
cuidado. Não esqueçamos as palavras de São João da Cruz: ‘No ocaso de nossas
vidas, seremos julgados no amor’”.
Fonte: Gaudium
Press
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