Carta ao Laicato da Arquidiocese de Mariana.

“Eu já não chamo vocês de empregados... eu chamo vocês de amigos...” (Jo 15,15) É com alegria que nós, reunidos com nosso Arcebispo, Dom Geraldo Lyrio Rocha, no 23º Encontro Arquidiocesano dos Presbíteros e Diáconos da Arquidiocese de Mariana, nos dirigimos a vocês, Cristãos Leigos (as) de nossa Igreja Particular, que certamente nos acompanham com suas orações, seu afeto e interesse. Em primeiro lugar, nossa palavra de reconhecimento e gratidão pela sua generosa dedicação nos mais diferentes serviços na construção do Reino. É notável seu cuidado e carinho para com todos nós, especialmente os que já experimentam o peso da idade e o que ela acarreta; a compreensão e o amor que nunca faltaram mesmo diante de nossas fragilidades e limitações; o apoio e incentivo, com sua presença amiga e suas orações. Sentimo-nos profundamente edificados pelo seu exemplo de doação e despojamento, expressos no amor e serviço sem limites em todas as ações em prol da evangelização e do bem comum. Todos nós, Arcebispo, Padres, Diáconos, Religiosos(as), Cristãos Leigos(as), unidos pela Vocação Batismal, formamos o Povo de Deus, que é um Povo Sacerdotal, a Igreja, presente no mundo com a Missão de “anunciar o Evangelho pelo mundo inteiro” (Mt 24,14), como “sal da terra”, “luz do mundo”, “fermento na massa”. Nós os exortamos a que continuem “alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração” (Rm 12, 12), no serviço e no engajamento nas Comunidades Eclesiais de Base, nos Grupos de Reflexão, nos movimentos de luta por uma sociedade justa, no mundo da Política, na ida ao encontro dos afastados e excluídos, nas diversas pastorais, movimentos e ministérios, anunciando com a vida o Evangelho de Jesus Cristo. Ou seja, sendo “homens e mulheres do mundo no coração da Igreja, e homens e mulheres da Igreja no coração do mundo” (Puebla 786). Nós nos dirigimos a vocês com as palavras de Jesus: “estou no meio de vocês como quem está servindo” (Lc 22,27), e recordamos que não fomos ordenados para ser servidos, mas para servir por amor, com vocês, a exemplo de nosso Mestre e Senhor Jesus Cristo, e doar-nos para que nossas comunidades “tenham vida em abundância” (Jo 10,10). Contamos, para isso, com o entusiasmo, a criatividade e a generosidade de todos vocês neste trabalho evangelizador e na transmissão da fé às novas gerações. Nós os incentivamos, portanto, a aproveitar as oportunidades que a Igreja, a partir do Vaticano II, disponibiliza a vocês para crescer em “estatura, graça e sabedoria” (Lc 2,52), valendo-se, sobretudo, dos cursos de formação, encontros e retiros oferecidos. Reafirmamos o nosso compromisso de assumir as prioridades pastorais de nossa Arquidiocese em sintonia com o PAE, as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, o Documento de Aparecida, o recente Sínodo sobre a Nova Evangelização e a Transmissão da Fé, a Campanha da Fraternidade e a Jornada Mundial da Juventude, graça especial de Deus para Igreja no Brasil. Renovamos nossa esperança e empenho em promover e aprofundar a nossa vivência da fé e no testemunho da caridade, na busca da justiça e da solidariedade e na construção de verdadeiras comunidades cristãs. Unidos em comunidade e na missão, reiteramos nossa confiança, admiração e afeto por todos vocês, Cristãos Leigos (as), e nos dirigimos, de modo particular, a vocês Jovens Cristãos Leigos (as) atuantes em nossas comunidades, presentes na catequese, na liturgia, nos movimentos e pastorais e em diversas frentes da sociedade. Em vocês, “o Espírito Santo e nós” (At 15,28) também depositamos nossa confiança, reconhecendo a importância de cada um (a) na renovação e transformação da Igreja, para que ela possa dar uma resposta aos desafios de nosso tempo, pois, “a Igreja só será Jovem, quando o Jovem for Igreja”. (Beato João Paulo II) Que, pela intercessão de Nossa Senhora da Assunção e de São José, Padroeiros de nossa Arquidiocese, saibamos “repetir sempre sim no cumprimento da vontade do Pai” (Dom Luciano) e contar assim com suas bênçãos para sermos um só Corpo na unidade do Espírito Santo e na diversidade dos Carismas (1Cor 12,4-14). Cachoeira do Campo, 7 de março de 2013